Os problemas da falta de trabalhadores começam a ser palpáveis. Em Schiphol, que causam enormes filas para o controle de segurança e manuseamento de bagagem, na NS, que tem que operar menos comboios, eventos que não podem ocorrer devido à falta de pessoal de segurança e os problemas da última segunda-feira no Ketheltunnel em Rotterdam. "O mercado de trabalho está parado e a sociedade também. Esse é o destino para o próximo período", alerta Ton Wilthagen, professor de mercado de trabalho da Universidade de Tilburg.

Houve um recorde de 451 mil vagas de emprego no primeiro trimestre deste ano, enquanto o número de desempregados caiu para 338 mil. Existem agora 133 vagas por cada 100 desempregados, informa o Instituto de Estatísticas (CBS).

A escassez de trabalhadores no mercado de trabalho está a aumentar e isso reflecte-se em vários sectores. Por exemplo, uma pequena obra em casa significa meses de espera, as lojas fecham mais cedo porque não há mão de obra, os eventos são cancelados devido à falta de seguranças e os tempos de espera em Schiphol aumentam devido à falta de funcionários.

"Nós simplesmente temos muito poucas pessoas. Muitas empresas e organizações não sabem mais o que podem oferecer. E vemos isso em todos os sectores: os postos clínicos e médicos, a NS, o túnel na A4. Estaremos a lidar com o mesmo problema em várias frentes: a falta de pessoal", diz Wilthagen.

O professor acredita que sindicatos, empregadores e governo devem unir forças para resolver os problemas da forma mais eficaz possível. "Temos muitos trabalhos temporários, certifique-se de que essas pessoas trabalhem mais horas. Além disso, temos que incentivar os alunos a optar por uma educação para as funções mais vitais da nossa sociedade. Realmente temos que fazer escolhas mais apuradas, para que então a nossa sociedade não caia." 

Soluções

Uma abordagem coordenada é necessária, diz Wilthagen. "Isso é uma falta no momento, porque o problema fica mais sério a cada dia."

O presidente Doekle Terpstra da Techniek Nederland concorda. A indústria de instalação também está a lutar com uma grande escassez de pessoal, o que significa que há trabalho a ser feito. "Há uma grande carência de pessoal. No momento a carência é de cerca de 20 mil profissionais e estamos a caminho dos 40 mil."

"No entanto, temos fortes ambições junto com o governo. O governo anunciou que a partir de 2026 a bomba de calor híbrida se tornará o padrão para aquecimento de residências. Elaboramos um plano de acção para formar técnicos suficientes para poder usar um grande número de bombas de calor híbridas a partir de 2026."

Segundo Terpstra, esse é um grande desafio. "Mas devemos de facto trabalhar juntos para combater a escassez de pessoal. Isso significa treinar, treinar e treinar novamente. Vamos concentrar-nos ainda mais nos participantes laterais: isso significa, por exemplo, mais atenção aos novos imigrantes e detentores de estatuto de asilo."

Segundo a directora da FNV, Petra Bolster, trata-se também de boas condições de trabalho. "E não só isso, bons acordos também têm que ser feitos em termos de condições de trabalho. Além disso, temos que olhar para o lado da procura: que tipo de emprego queremos de facto no nosso país? Vamos querer mais distribuidores de encomendas e centros de logística? É isso que queremos?"