Mais um Fim de Semana de Violência e Detenções
Mais 334 pessoas detidas em mais uma manifestação na Museumplein, em Amsterdam, no último domingo. Um jornalista detido. E mais um agredido na pequena vila piscatória de Urk, enquanto relatava a abertura da igreja local a 500 pessoas. O resumo de mais um fim de semana de violência e detenções.
Pela enésima semana consecutiva, a Museumplein foi palco de um protesto contra as medidas de combate à pandemia de covid-19. A polícia entrou em acção depois de um grupo de cerca de 1.000 manifestantes se recusar a abandonar o local por razões de segurança.
Para além de proibida manifestações neste local da capital, os presentes não seguiam as regras básicas contra o covid. Sem distanciamento, sem máscara e em aglomeração de pessoas, após sucessivos avisos e ordens da polícia, o canhão de água foi novamente usado para afastar os manifestantes.
Jornalista Detido
Entre os detidos estava Arnold Karskens, presidente da emissora Ongehoord Nederland, que relatava o protesto. Segundo a polícia, ele estava entre os manifestantes e não obedeceu à ordem de saída do local. Depois de mostrar seu cartão de imprensa, ele foi libertado novamente, segundo um porta-voz.
Na semana passada, a cidade anunciou que as actuações das autoridades nas manifestações na Museumplein nas últimas semanas, já custaram ao município 5,5 milhões de euros. A polícia já teve que actuar onze vezes na praça da capital desde 17 de Janeiro, dia do primeiro protesto deste ano.
Agressões em Urk
Durante a intervenção jornalística de um profissional da PowNed sobre a abertura da igreja local a cerca de 500 pessoas, deu-se um confronto físico entre este jornalista e várias pessoas que atendiam ao serviço religioso. Imediatamente após o confronto a polícia iniciou uma investigação, que levou à detenção no mesmo dia, de um residente de Urk com 35 anos.
O homem é suspeito de tentativa de agressão com agravantes e aguarda agora, em prisão preventiva, ser presente a juiz. A investigação continuou na segunda-feira. Durante o dia, mais dois suspeitos apresentaram-se às autoridades durante a tarde. Também eles aguardam interrogatório em prisão preventiva.
Em comunicado, a polícia informou que "a liberdade de imprensa é, obviamente, uma grande prioridade para a polícia. Compreendemos por isso, as reacções que surgiram como resultado do incidente". Com a chegada da polícia ao local, os agentes "precisam tomar decisões rápidas sobre cada incidente. Neste caso, optou-se por ficar entre o jornalista e os frequentadores da igreja e acalmar os envolvidos".
A situação piorou com a detenção de pessoas no local, por desobediência e desacato, que tornou a situação mais insegura para os restantes jornalistas presentes devido ao aumento de tensões. Assistido no hospital, o jornalista não apresentava ferimentos graves, tendo-lhe sido dado alta hospitalar no mesmo dia.