Holanda Foi O Sétimo País Mais Escolhido Para Emigrar Em 2021
3.406 portugueses emigraram oficialmente para os Países Baixos, uma subida de 76% em comparação com 2020, mostram os dados do Relatório da Emigração para o ano de 2021. Os Países Baixos foi o sétimo país mais escolhido para uma nova vida.
No total, mais de 60.000 portugueses escolheram outro país para viver e trabalhar, uma subida de mais 15.000 saídas em comparação com 2020, ano atingido pela pandemia e Brexit.
O Reino Unido liderou a entrada de novos emigrantes com cerca de doze mil, mas mesmo assim ainda abaixo do que se viu em anos anteriores. Mas são os países nórdicos e do Benelux (Bélgica, Holanda e Luxemburgo) os cada vez mais escolhidos da emigração portuguesa, nomeadamente da mais qualificada, de acordo com o Relatório da Emigração.
Rui Pena, investigador do Observatório da Emigração, responsável pelo documento, destaca o caso da Holanda, que regista um crescimento da emigração portuguesa, com 3.406 entradas de portugueses em 2021, representando o sétimo destino mais procurado.
"A Holanda tem um mercado de trabalho relativamente dinâmico e isso tem permitido que essa emigração portuguesa mais qualificada se concretize. Também tem a vantagem de ser um país em que uma boa parte do trabalho qualificado se pode fazer em inglês", explicou.
Na apresentação do relatório, o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, referiu-se a esta opção por países que não são destinos tradicionais da emigração portuguesa como "um fenómeno relativamente novo", ao mesmo tempo que "há um `stock` de emigração antigo que se mantém mais ou menos estável em torno dos dois milhões de emigrantes".
Questionado sobre o tipo de portugueses que optam pela emigração, o ministro indicou que são "de todo o tipo".
"Há portugueses mais qualificados, doutorados, que tendem a ir mais para os Estados Unidos e outros, com menos qualificações, e que vão para todo o lado", disse Gomes Cravinho, acrescentando: "A emigração é um fenómeno secular da realidade portuguesa".
E sublinhou os benefícios das experiências no estrangeiro que muitos jovens portugueses têm hoje em dia.
"São emigrantes temporários, que vão durante dois, quatro anos e regressam. Devemos valorizar muito, porque enriquece a nossa sociedade e os próprios jovens que têm essa experiência, do mesmo modo que nos enriquece a nós, sociedade portuguesa, receber pessoas de outras origens", referiu.
Por seu lado, o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Paulo Cafôfo, chamou a atenção para as mutações da emigração portuguesa.
"Felizmente que está a acontecer. Os emigrantes que saem hoje não são iguais aos que saíram nos anos 60 ou 70", disse.
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