Grande Problema Na Rede Elétrica
Aumento de cidadãos e empresas a escolher o caminho da sustentabilidade, leva a que a empresa responsável pela gestão de rede, Alliander, soa-se o alarme esta semana. Deixará de ser possível à Holanda fazer um reforço de potência elétrica, relata o CEO Maarten Otto. As famílias também poderão deparar-se com racionamento de energia em casa, incapacidade de vender a energia solar à rede ou até mesmo um corte de energia, alerta a empresa.
“A transição energética agora está realmente no caminho certo”, diz Otto na apresentação dos números anuais da Alliander para 2022. Na sua área de ação (Noord Holland, Gelderland, Flevoland e Friesland), o número de residências e pequenas empresas com painéis solares aumentou em 25% para 760.000. O número de bombas de calor e o número de carros elétricos também aumentaram acentuadamente.
No seu conjunto, o crescimento “conduz a um aumento substancial do consumo de eletricidade na área residencial”. É impossível para a Alliander acompanhar esse ritmo de transição energética, diz o CEO Otto. “Em muitos locais, a rede elétrica em áreas residenciais ainda não foi projetada para a velocidade com que os consumidores estão a tornar as suas casas mais sustentáveis.” O problema é que a sustentabilidade só vai acelerar nos próximos anos devido aos acordos do Acordo Climático.
Falta De Mão De Obra
Nada menos que 20.000 transformadores elétricos devem ser adicionados para atender à procura. "E uma em cada três ruas terá de ser aberta para realizar o reforço da rede elétrica", diz Otto. "Um trabalho que não podemos fazer tão rapidamente quanto a procura de eletricidade aumenta." Os problemas são agravados pela escassez de material e pessoal que a Alliander enfrenta.
O resultado é que num futuro próximo, o operador da rede elétrica "infelizmente não poderá ajudar temporariamente todos os consumidores e empresas com uma ligação de consumo de pequena escala se a rede da região ficar lotada". Isso já acontece em vários lugares, mas esse número vai aumentar nos próximos anos.
No entanto, a Alliander opta por realizar novas ligações e atualizações tanto quanto possível "e, assim, colocar uma carga mais pesada na rede." Isso só traz problemas, alerta o CEO Otto: “Devido a essa carga extra, é possível que os problemas de tensão aumentem. Por exemplo, pode não ser possível vender a energia solar produzida em sua casa por um período de tempo. Em alguns casos, a carga extra pode levar a quebras de fornecimento de energia a nível individual, de rua ou de município. Se isso vai acontecer depende da procura de eletricidade em um determinado momento e, portanto, é difícil de prever”.
Stedin Lança Também O Alerta
A mensagem preocupante da Alliander circulava já há algum tempo. O grande operador da rede já alertava sobre essa possibilidade em janeiro do ano passado.
Também no ano passado, a Alliander investiu um total de 1,2 mil milhões de euros nas redes de eletricidade e gás. Mais de 2.000 transformadores foram instalados e 2.212 km de novos cabos elétricos foram colocados. "Até 2030, inclusive, investiremos quase 5 mil milhões de euros na rede de baixa tensão", diz o chefe financeiro Walter Bien.
Há duas semanas, o congénere de redes regionais, Stedin (Zuid Holland, Utrecht, Zeeland) também soou o alarme sobre o rápido aumento da procura de eletricidade. A Stedin pediu às empresas que usem mais energia principalmente quando há mais iluminação solar ou o vento está com mais força. No ano passado, 107.000 consumidores na área de trabalho da Stedin tinham mais de 1,3 milhão de painéis solares instalados nos telhados. A operadora de rede colocou 435 quilómetros de novos cabos nas ruas e instalou 478 novos transformadores, mas ainda assim, muito insuficiente para as reais necessidades elétricas da região.
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