Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

Portugueses na Holanda

O principal meio de informação em português na Holanda. Notícias, informação e ponto de encontro da comunidade portuguesa.

Portugueses na Holanda

O principal meio de informação em português na Holanda. Notícias, informação e ponto de encontro da comunidade portuguesa.

Dia da Destruição

Luzes marcam os locais onde caíram as bombas 

14 de Maio, 1940. Amanhece, um dia nublado em Rotterdam. A cidade está tensa e nervosa. Nas margens do rio que passa pela cidade, ouvem-se alguns tiros ocasionais. As tropas nazis tomaram a margem sul há alguns dias atrás. Tentam agora atravessar as pontes para tomar o centro da cidade, mas a resistência evita isso. 

Sem negócios a decorrer nas docas do seu porto, a população vai fazendo a sua vida e esperando que a neutralidade do seu país faça efeito. A Holanda não quer apoiar ou participar qualquer um dos lados nesta guerra que se abateu na Europa.

Ao contrário deles, os nazis pretendem capturar o país. Precisam dele para tomarem as Ilhas Britânicas. 

Meia manhã. General Schmidt, responsável das tropas nazis, faz um ultimato ao Coronel Scharroo, Comandante do Batalhão de Fuzileiros de Rotterdam e aos representantes reais. Ou se rendiam, ou seriam destruídos.

O Começo do Pesadelo

 

Trailer do filme Het Bombardement 

O ultimato não foi levado a sério. Havia que se lutar. Que resistir. Mas não chegava. Foi recusada a rendição da Holanda.

A população, alheia ao que se passava nos bastidores, continuava a sua vida. Nervosos e tensos.

Ás 13:30 e sem que nada fizesse prever, a população ouve os primeiros aviões. Soam os alarmes de ataque logo de seguida e caem as primeiras bombas. 

Pânico nas ruas. Fogem, abrigam-se. Uns conseguem, outros são atingidos por explosões ou estilhaços. As primeiras derrocadas de edifícios enchem as ruas com pó, a juntar-se ao fumo e cheiro das explosões.

90 bombardeiros nazis largaram sobre o centro de Rotterdam 97.000 Kg de explosivos por vários minutos. Minutos eternos. Indiscriminadamente atingem pobre e ricos, novos e velhos, escolas e casas, monumentos e comércios. Morrem perto de 1.000 pessoas. São destruídas 25.000 casas, 24 igrejas, 2.300 lojas, 775 armazéns e 62 escolas. As infra-estruturas portuárias são também atingidas. Grandes depósitos de óleos e combustíveis ardem sem controle. O fogo propaga-se à cidade e arde por vários dias. O Inferno abre-se em Rotterdam, deixando 85.000 sem casa.

 

O centro histórico e medieval de Rotterdam desaparece. Ao todo, 2.6 quilómetros quadrados são reduzidos literalmente a pó... para todo o sempre.

Maasstation destruída pelo bombardeamento

Destruição do centro dias após o bombardeamento 

 

 

A Rendição

Ás 16:20, em Rijsoord, um pequeno lugarejo a sul da cidade, o Comandante holandês, o General Winkelman, assina a rendição incondicional da Holanda, sob ameaça de mais bombardeamentos em outras cidades do país.

Enquanto em Rotterdam se luta agora contra os incêndios, a Família Real foge do país para Inglaterra, os soldados holandeses rendem-se e a população conhece os seus novos governantes. O Inferno que se abateu sobre Rotterdam, estende-se assim ao resto do país por cinco anos de guerra. A Holanda, que pretendia a neutralidade, é assim invadida pelas tropas nazis, até à sua libertação em 1945. 

Várias imagens de Rotterdam depois do bombardeamento

Homenagem nos 75 anos do bombardeamento

 

 

Portugueses na Holanda sempre informou a sua comunidade gratuitamente e sempre o irá fazer no futuro.
Mas o futuro coloca também desafios, que só com a ajuda dos nossos leitores, conseguem ser superados.
Iniciamos assim a subscrição de apoiantes, onde por um pagamento mensal recorrente podem apoiar o crescimento desta plataforma. Esse pagamento poderá ser cancelado sempre que quiserem.