Centenas de Detenções na Holanda e no Mundo Após Investigação Internacional
A polícia holandesa deteu 49 suspeitos numa operação única em que as próprias autoridades comercializaram telefones codificados sob o nome de Anom. Além das detenções, 25 laboratórios de drogas foram desmantelados e 2,3 milhões de euros foram apreendidos na acção policial internacional.
Os criminosos acreditavam que tinham telefones impossíveis de serem colocados sob escuta ou de serem seguidos por GPS. Na verdade, os telefones vinham da própria polícia, que podia ouvir tudo. Centenas de criminosos usaram o serviço, supondo que fosse seguro e não pudesse ser interceptado pelas autoridades. Eles o elogiaram entre si como a plataforma em que a polícia não conseguia entrar. “O que acabou por não ser verdade”, disse a chefe da polícia Jannine van den Berg.
Os detectives viram fotos de milhares de quilos de drogas a serem traficadas, por exemplo, escondidas em caixas de frutas. Também houve uma conversa aberta sobre as pessoas que precisavam ser eliminadas. A polícia apreendeu grandes quantidades de drogas e oito armas de fogo nas operações nos dois locais onde os traficantes estavam envolvidos na produção e armazenamento de drogas.
Na Holanda, cerca de 1.200 criminosos usaram os telefones. Em todo o mundo, 12.000. Os investigadores seguiram 300 gangues em mais de 100 países em todo o mundo. Trata-se principalmente de contrabandistas de drogas, grupos de motociclistas e da máfia italiana. Os utilizadores enviaram nada menos que 27 milhões de mensagens.
Operação Internacional
Em muitos países, procedeu-se a várias detenções na noite de domingo para segunda-feira. A polícia australiana anunciou que prendeu mais de 200 membros de um gangue criminoso como parte da mesma investigação. A polícia da Nova Zelândia fez 35 detenções.
Em todo o mundo foram feitas 800 detenções, 8.000 quilos de cocaína foram apreendidos, 22.000 quilos de cannabis e 2.000 quilos de anfetaminas. Os agentes também apreenderam 250 armas e mais de 48 milhões de dólares (39,4 milhões de euros).
Não apenas as redes de tráfico de droga foram visadas pela investigação, mas a operação também expõe a corrupção na Holanda, disse uma fonte próxima à investigação.
Dezesseis países participaram da operação policial. De acordo com a Europol, isso englobou a Suécia, Austrália, Dinamarca, Estónia, Finlândia, Canadá, Lituânia, Noruega, Nova Zelândia, Escócia, Reino Unido, Alemanha, Hungria, Estados Unidos e Áustria.