A Holanda pode esperar uma perda de prosperidade e uma possível recessão. Os economistas-chefes dos principais bancos, ING, Rabobank e ABN Amro, falaram sobre isso no programa de TV Buitenhof. Ainda existem inúmeros factores, como a rapidez com que o fornecimento de gás da Rússia será interrompido, se haverá um aumento da taxa de juros do Banco Central Europeu (BCE) e como a pandemia se desenrola na China.

Tudo ficará mais caro "não importa o que aconteça", segundo Ester Barendregt, do Rabobank. "Estamos a perder prosperidade, é isso que está a acontecer agora. A inflação alta diminuirá, mas não muito rapidamente", conta.

Marieke Blom (ING) disse que a rapidez com que nos livramos do gás russo terá um grande papel no que vem a seguir. "Se isso acontecer hoje, o aquecimento ficará ainda mais caro assim que os contratos expirarem. A inflação está alta. O poder de compra será perdido, as pessoas não poderão mais gastar dinheiro com outras coisas e ficará mais caro para as empresas produzirem. Estaremos assim a entrar em recessão, que acredito ser o maior risco que paira sobre a economia holandesa este ano."

Um possível aumento da taxa de juros pelo BCE também paira sobre a economia. Os efeitos disso levarão tempo para se mostrarem e esse é "o dilema" para a presidente do BCE, Christine Lagarde, segundo Sandra Phlippen (ABN AMRO). "A grande questão é se o aumento da taxa de juros é compatível com os fortes aumentos de preços que se tornarão perceptíveis para os consumidores após o Verão. Se isso fizer com que o poder de compra se deteriore, entraremos em recessão e nesse caso, então o aumento da taxa de juros será realmente errado."

A última informação do BCE era um aumento de 0,5% na taxa de juro europeia.

A China também desempenha um papel importante na questão de saber se a Holanda entrará em recessão, diz Phlippen. "Um quarto da população está confinada lá desde Abril. Como resultado, a produção parou parcialmente. Isso pode atrapalhar as cadeias de produção e aumentar a inflação".

A economia holandesa não está em má forma, de acordo com Phlippen. "Este ano temos um crescimento médio de alguns por cento. Este mercado de trabalho apertado pode fazer bom uso do desemprego, estranhamente. E temos entre 40 e 50 mil milhões de euros em poupança em contas. As pessoas vão usar isso para manter o nível de vida das famílias."