O próximo ano leva a mudanças nas finanças domésticas. Muitas pessoas pagarão consideravelmente mais pela energia e o prémio do seguro saúde também aumentará. Ao mesmo tempo, trabalhar em casa pode ficar mais barato e o abono de família vai aumentar. Listamos as mudanças gerais mais importantes para 2022.

O poder de compra dificilmente mudará para muitos no próximo ano. Foi o aviso do governo durante a apresentação do Orçamento de Estado para 2022. O poder de compra vai, em média, saltar entre +0.1% e -0,2%. Existem alguns valores discrepantes, como um pai ou mãe solteiros com um rendimento média que vai ter o seu poder de compra baixar 0,8 por cento no próximo ano.

Claro, essas são previsões gerais. O poder de compra pode, de facto, mudar consideravelmente. Por exemplo, se você perder o emprego ou receber um aumento. Além disso, as despesas podem aumentar repentinamente de forma acentuada. Basta pensar nos preços da gasolina que dispararam consideravelmente no outono passado.

Rendimentos, Impostos e Pensão

Vamos pagar um pouco menos de imposto sobre os rendimentos no próximo ano. A taxa de IRS mais baixa diminuirá ligeiramente, de 37,10 para 37,03 por cento, para os rendimentos até 69.398 euros. Acima disso, pagamos 49,5%. Os benefícios fiscais aumentam um pouco, mas quanto mais você ganha, menos se sentirá esse benefício. Falamos do loonheffingskorting, por exemplo.

O salário mínimo passará a ser de 1.701 para 1.725 euros. Benefícios como WW, WAO e ZW também vão aumentar na mesma proporção. A AOW líquida também aumentará: para os solteiros serão acrescentados 18 euros por mês adicionais, para coabitantes, 13 euros por pessoa por mês.

A idade da reforma aumenta pela primeira vez em dois anos. Passará para 66 anos e sete meses em 2022. Nos dois anos anteriores, os trabalhadores tiveram direito à pensão AOW com a idade de 66 anos e quatro meses.

Para muitos aposentados, não haverá aumento na pensão privada no próximo ano. Os índices de financiamento de muitos fundos de pensões não são altos o suficiente para ajustar os valores à inflação. Este tem sido o caso há anos, para frustração de muitos.

Energia

Vamos pagar mais pelo gás e electricidade no próximo ano se tiverem um contrato no qual os novos preços são definidos a 1 de Janeiro. Por exemplo, a factura da Eneco aumentará 17,50 euros por mês, com um consumo de 2.250 Kw/h de electricidade e 1.200 metros cúbicos de gás. A Essent também chegou a um aumento semelhante, mas com um consumo de 3.000 Kw/h e 1.400 metros cúbicos de gás.

O custo do aquecimento da sua casa também deverá aumentar. O regulador do mercado ACM permite que os fornecedores de calor aumentem as suas taxas de forma que uma família média pague no máximo 67% a mais. Porém, diversos fornecedores já indicaram que o aumento das suas tarifas será inferior a isso.

As contas de energia sobem acentuadamente devido ao forte aumento nos preços do gás em particular. Como os preços sobem tão rápido, o governo decidiu compensar as famílias. Isto é feito de diferentes formas, mas no conjunto deverá proporcionar uma economia de 400 euros com um consumo de 2.384 Kw/h de electricidade e 1.170 metros cúbicos de gás.

Além disso, haverá compensação para até 800.000 famílias de baixos rendimentos. Recebem uma quantia única de cerca de 200 euros pelo pagamento da factura de energia.

Habitação

A partir de 1 de Janeiro, os municípios podem introduzir a residência obrigatória dos proprietários para as habitações compradas como habitação própria no segmento de baixo e médio custo. Isso diz respeito a casas existentes, mas já é permitido há algum tempo para casas recém-construídas. Isso deve tornar mais fácil a compra de habitação sem terem de lutar contra investidores privados, com mais dinheiro disponível para investir em habitação para aluguer no sector livre.

Os compradores só podem alugar a casa em casos excepcionais, por exemplo, a um membro da família. Muitos municípios já indicaram que desejam introduzir ou estão a considerar a introdução de tal autorização de residência obrigatória.

Juros Crédito e Aluguer

Pessoas com casa própria e rendimento anual de pelo menos 69.398 euros sofrerão uma ligeira queda. Para eles, o percentual de dedução dos juros hipotecários será reduzido de 43 para 40 por cento.

A percentagem do imposto sobre o valor do aluguer cairá para 0,45 por cento no próximo ano. Isto aplica-se a casas com um valor WOZ entre 75.000 e 1.110.000 euros.

Para casas alugadas, o aumento máximo do aluguer no próximo ano será de 3,3% no sector livre. Os aumentos da renda no sector regulado foram congelados até 30 de Junho de 2022 e por isso, não aumentarão até essa data.

Juros Poupança

As conta poupança no ING vão deixar de receber os 0,01% de juros. A partir de 1 de Janeiro, a taxa de juros cai para 0. Outros bancos, como o ABN AMRO, já introduziram o valor nulo de juro nas poupanças durante 2021.

Além disso, as contas poupança no ABN a partir de um capital de 100.000 euros, passam a pagar uma taxa de juro sobre o valor. Este limite era anteriormente de 150.000 euros. O Rabobank e o ING já utilizam o limite de 100.000 euros.

No próximo ano, os limites isentos de imposto sobre bens, passarão de 50.000 para 50.650 euros por pessoa.

Trabalho a Partir de Casa

Os empregadores poderão conceder aos empregados um subsídio de trabalho no domicílio, isento de impostos, de 2 euros por dia. O dinheiro destina-se a cobrir despesas adicionais, como aquecimento, café ou papel.

As pessoas que não podem receber formação adicional através do seu empregador, podem receber um máximo de 1.000 euros do governo no próximo ano. Com esse dinheiro, eles podem realizar formação adicional.

Impostos Sobre Veículos Eléctricos e Combustíveis

Qualquer pessoa que adquirir um carro eléctrico empresarial em 2022 terá de pagar um imposto adicional de 16% sobre ele. Você pagará 22 por cento sobre a parte do valor de catálogo acima de 35.000 euros.

Para carros que funcionam com hidrogénio ou com painéis solares, você paga 16 por cento do valor de catálogo total. A taxa para carros movidos a gasolina, diesel ou GPL permanece nos 22 por cento.

Também há um pouco mais de imposto sobre o combustível. Os impostos especiais sobre o consumo de gasolina e gasóleo aumentarão cerca de 1 e 0,6 cêntimos por litro, respectivamente. Com o GPL, permanece quase o mesmo.

Os preços de algumas multas também sobem consideravelmente. Por exemplo, a partir de 1 de Janeiro você paga 350 em vez de 250 euros se usar o telemóvel enquanto dirige.

Seguro de Saúde e Subsídio

Os prémios de saúde do seguro básico serão mais altos no próximo ano. O aumento difere de seguradora para seguradora de saúde. Uns com um aumento do prémio mensal de alguns euros, outros com quase 9 euros.

As pessoas que têm direito ao subsídio de saúde serão beneficiados. Principalmente as pessoas com baixo rendimento receberão mais benefícios. Pessoas solteiras receberão até 48 euros por ano a mais e vai aumentando para um máximo de 60 euros para famílias com várias pessoas. A franquia obrigatória mantém-se em 385 euros.

Impostos Sobre Empresas

Boas notícias para os empresários. Após a virada do ano, a baixa taxa de imposto sobre as sociedades (vennootschapsbelasting - VPB) será aplicada a lucros de até 395.000 euros. Esse limite estava em 245.000 euros. Essa taxa permanecerá em 15%.

Uma notícia menos boa é que a alta taxa aumentará de 25 para 25,8 por cento. Mas só paga a parte do lucro que ultrapassa os 395.000 euros.

A dedução por conta própria vai diminuir no próximo ano, de 6.670 para 6.310 euros. Essa dedução continuará a ser eliminada nos próximos quinze anos. A dedução do investimento ambiental vai aumentar no próximo ano.

Abono de Família e Subsídio das Crianças

Os pais com filhos receberão mais benefícios e subsídios para as crianças no próximo ano. O abono de família (kinderbijslag) verá um aumento médio de cerca de 5 euros por criança por trimestre em relação a este ano.

Com o subsídio da criança (kindgebonden budget) os pais com dois ou mais filhos recebem um máximo de 70 euros extra por ano.

Em relação às creches, assim que o novo governo tomar posse, o valor a pagar pelos pais vai iniciar a sua tendência descendente. O objectivo é que os pais paguem apenas 5% do valor da creche dos seus filhos, passando o subsídio de creche (kinderopvangtoeslag) a ser pago directamente às instituições e não aos pais.