Reverso da Medalha

No jogo politico de boicotes entre a União Europeia e a Rússia, que veio a ser agravada por parte da Holanda com a queda do avião malaio na Ucrânia, ao que tudo indica, abatido por um míssil russo nas mãos de separatistas pró-russos, começam agora a chegar as facturas desta situação para pagar. A Rússia, em resposta ao boicote, veio também ela boicotar a importação de produtos europeus.
Empresas holandesas já começaram a sentir os efeitos deste boicote russo, entre elas as estufas de tomate Zwinkels em Zevenhuizen, arredores de Rotterdam.
Robert Zwinkels e os seus dois irmãos, iniciaram este negócio nos anos 80 e contam com duas estufas de tomate que perfazem 140.000 metros quadrados. Desta área, cerca de um terço era destinada à exportação para a Rússia que neste momento não acontece devido ao boicote de Putin a produtos alimentares europeus.
Segundo Zwinkels, "há duas semanas atrás, o preço do tomate situava-se nos 60 cêntimos/quilo, um preço normal de mercado, mas neste momento desceu abruptamente para os 10 cêntimos/quilo".
A razão por tão acentuada queda no preço deve-se ao facto de a Rússia ter boicotado também na semana passada a importação de produtos da Polónia. Assim sendo, os produtores de tomate polacos procuraram o mercado alemão, havendo mais oferta de produto e fazendo com que o preço caí-se.
Ora o problema dos produtores holandeses, segundo o empresário e produtor, está em "não poderem colocar mais oferta no mercado alemão devido já aos baixos preços que não dariam nem para cobrir o investimento de uma colheita e o mesmo aconteceria em outros mercados. Colocar mais oferta em outros mercados iria originar o mesmo problema nesses países, não só para os produtores holandeses, mas também para os do próprio país".
Segundo Zwinkels, outro problema com o boicote russo foi a altura do ano. "Nesta altura de férias existe já naturalmente um excesso de produtos nos mercados mas que é escoado durante o período de Inverno". Diz ainda que este "é um problema político e por isso devem estes mesmos políticos a ajudar os vários sectores afectados por estes boicotes. Não devem ser os produtores a pagar a factura da politica".
O partido holandês VVD fez já saber que deverá haver um trabalho em conjunto com todos os países europeus de forma a encontrarem uma solução para as contra medidas da Rússia. O CDA quer que se inicie um fundo de investimento de emergência de forma a ajudar os produtores afectados. E também o PvdA diz ser importante que toda a Europa fale a uma só voz em reacção ao boicote de produtos europeus por parte da Rússia.
"Se estas consequências não forem absorvidas pela União Europeia e pelos Governos, não irá demorar muito até que vejamos os primeiros produtores a fecharem portas". Em relação à sua própria empresa, Zwinkels diz que, "se não vendermos o nosso produto, naturalmente não temos dinheiro para pagar as nossas despesas".
Noticia original:
Metro Nieuws (holandês)
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