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Os governos de Portugal e da Holanda estão a adiar decisões sobre as celebrações do Natal e do Ano Novo. Também no resto da Europa há pouca vontade de dizer exatamente o que será permitido. Mas uma coisa é certa: o Natal deste ano não será igual ao que tradicionalmente estamos habituados.
Holanda
O que se sabe para já nos Países Baixos é que os festejos do Sinterklaas a 5 de Dezembro serão diferentes. Sem as tradicionais reuniões de família e crianças, com as visitas nos nossos lares limitadas a três pessoas, e as festas familiares nas escolas dos miúdos. A Holanda já fez também saber que os festejos da Passagem do Ano estão também cancelados, introduzindo igualmente uma proibição temporária à posse e lançamento de fogos de artifícios pela população.
Os tradicionais e famosos Mercados e Eventos de Natal estão também cancelados. O Ice Amsterdam, o popular e pitoresco ringue de patinagem no gelo na Museumplein, na capital holandesa, foi cancelado e ainda não está claro se o mercado que o acompanha será realizado.
O famoso Mercado de Natal de Valkenburg também foi cancelado, assim como a Feira de Natal em Utrecht e o Mercado de Natal em Dordrecht. O Archeon também foi forçado a cancelar sua mágica Feira de Inverno e a também anual em Rotterdam não acontecerá nesta época natalícia.
Outras cidades como Gouda, Groningen ou Maastricht não cancelaram os seus eventos de Natal, mas introduziram significantes alterações e formas de os realizarem. Também a bela Árvore de Natal na Damplein em Amsterdam sofre algumas alterações, mas a árvore poderá continuar a ser vista e admirada.
O Primeiro Ministro Mark Rutte fez saber numa das suas conferências de imprensa, que a celebrações de família no Natal irão depender da evolução epidemiológica no país e aconselhou bom senso no nosso comportamento social, pois será ele a determinar essa evolução.
Portugal
Já no nosso país, o Primeiro Ministro António Costa deixou claro que este ano não poderá haver a tradicional consoada em Portugal, pois é nas grandes reuniões familiares que ocorrem 68% das contaminações. Como disse o Presidente da Republica, "as famílias têm de se preparar todas para festejar o Natal de uma forma diversa do tradicional, porventura, juntando-se em momentos diferentes da quadra, não podemos estar todos juntos, devemos repartir-nos."
Várias cidades já cancelaram os Eventos de Natal. A cidade do Porto cancelou a inauguração da tradicional Árvore de Natal e Passagem de Ano na Avenida dos Aliados. Também Lisboa informou o cancelamento do concerto no Terreiro do Paço que celebraria a entrada no novo ano.
Outras cidades em Portugal alteraram os eventos e festejos, sem os cancelar por completo. Coimbra, por exemplo, reforçou a iluminação de Natal nas ruas da cidade, mas a restante programação foi cancelada.
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Também em Faro haverá iluminação de Natal mas o restante orçamento será usado no sorteio de vales de desconto para a população, dando assim um estimulo ao comércio local da cidade. Embora esteja previsto fogo de artificio nas primeiras 12 badaladas do novo ano, os eventos de aglomeração de pessoas, como os concertos de fim de ano, estão cancelados.
Cidades como a Guarda e Óbidos cancelaram também as suas normais programações de Natal e Fim de Ano, optando por outros eventos de menos aglomeração ou virtuais. A Madeira mantém o famoso fogo de artificio de fim de ano, mas cancela a maior parte dos eventos na ilha.
O Presidente da Republica afirmou ainda ontem que não hesitaria em renovar o Estado de Emergência em Portugal pelo tempo que fosse necessário, nem que para isso incluísse o Natal e Ano Novo, devido à situação critica nos hospitais portugueses.
Resto da Europa
A dor de cabeça estende-se por toda a Europa com as festividades natalícias a aproximarem-se em plena segunda vaga da covid-19. Nos restantes países europeus onde existem grandes comunidades portuguesas, há também significativas alterações à habitual tradição de festejo natalício.
Em França há uma "escolha impossível entre uma proibição socialmente insustentável" de reuniões familiares e a necessidade sanitária de não alimentar ainda mais a propagação do vírus, afirmou um ministro francês, quando o país continua a bater recordes de infecções e óbitos.
Na Alemanha de Angela Merkel há ainda esperança que o Natal possa ser celebrado sem grandes impedimentos, mas os números mostram outra realidade, com quebras de recordes quase diários. O famoso Christkindlesmarkt de Nuremberga está já cancelado e outros como o Striezelmarkt de Dresden, estão a trabalhar em planos alternativos. A Alemanha estuda também o exemplo dos Países Baixos na proibição de fogos de artificio no país.
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Também o Luxemburgo vive momentos críticos e grande taxa de infecção, levando já a Ministra da Saúde do país, Paulette Lenert, a lançar o aviso de que "pessoas têm de se mentalizar que este ano, o Natal tem de ser celebrado de forma diferente".
Espanha e Itália, países dos mais afectados pela pandemia, também já avisaram a sua população que os festejos de Natal terão de ser diferentes este ano. "Penso que todos os espanhóis sabem que este Natal não vai ser como o último". "Não podemos continuar como se nada tivesse acontecido", disse o Ministro da Saúde Salvador Illa. Madrid prevê introduzir testes rápidos nas farmácias da região durante a época natalícia para que as pessoas tenham alguma segurança e tranquilidade nos festejos familiares. Espanha tem activo um estado de emergência e recolher obrigatório nacional que irá estar em vigor durante a época de Natal e Ano Novo.
Já a Itália proibiu todos os mercados de Natal a nível nacional e as viagens entre as regiões estão fortemente restringidas. Prevê-se a introdução de uma isenção extraordinária ao comércio não essencial, para que haja oportunidade de compras de Natal para as famílias, passando o recolher obrigatório a ter uma extensão de mais uma hora. Já o Natal em família poderá ser permitido por decreto e apenas entre familiares próximos.